Adriana Kaingang: Doutora em História, é a primeira professora indígena efetiva na UFSC

27/05/2024 09:12

No cenário acadêmico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um marco histórico foi alcançado em 19 de julho de 2023: Adriana Mĩnky Kókoj Belino Padilha, do Povo Kaingang, da Terra Indígena Xapecó em Santa Catarina (SC), tornou-se a primeira Professora Indígena a integrar o quadro efetivo da Instituição e é a primeira mulher a obter o título de Doutora do seu território.
No dia do seu aniversário, 21 de setembro de 2023, defendeu a tese intitulada “A história Kaingang através do ritual do Kiki Koj”, uma homenagem aos finados que trás como elemento central a Araucária, na linha de pesquisa- História Indígena, Etno História e Arqueologia no departamento de história da UFSC. É também a primeira indígena a coordenar o Laboratório de História Indígena-LABHIN, em um departamento de História no país. Sua posse não apenas simboliza um avanço rumo à diversidade cultural e à inclusão, mas também representa um vínculo valioso com os saberes ancestrais.
Para o seu Povo e para toda a comunidade indígena, Adriana se orgulha por ser uma fonte de inspiração, “Ser professora indígena na Universidade é desafiador, mas é um orgulho ser a inspiração para meus parentes, nunca deixar de acreditar e sempre lutar pelos sonhos” afirmou. Sua presença na universidade não apenas enriquece o ambiente acadêmico, mas também desconstrói os estereótipos e promove a valorização das tradições milenares, “Minha jornada até aqui não foi apenas uma busca por realizações pessoais, mas uma demonstração do potencial transformador da educação inclusiva” Continuou.
A conquista de Adriana merece ser celebrada não apenas como um feito individual, mas como um passo significativo rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. Seu exemplo inspira não apenas os povos indígenas, mas a todos que almejam superar desafios e alcançar seus objetivos acadêmicos. Que sua história seja compartilhada e celebrada, incentivando mais pessoas a trilhar o caminho do conhecimento e da diversidade.

Texto por: João Voia (@joaovoiaa)