Nota de pesar
É com grande consternação que o Programa de Pós–graduação em Geografia da UFSC recebeu a notícia do falecimento, no último dia 2/08, do Professor aposentado do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, Ariovaldo Umbelino de Oliveira. Crítico do marxismo da Geografia Ativa francesa no início da sua carreira, apontando neste a ausência do interesse pelas relações sociais de produção, fez desta avaliação o norte de suas pesquisas marxistas em geografia e de sua militância política, despontando especialmente no campo da geografia agrária por abraçar a causa das camadas populares, como quilombolas, ribeirinhos, camponeses sem terra, assentados, etc. Por este caminho, fez–se um verdadeiro intelectual orgânico das classes subalternas. Do mesmo interesse de pesquisa e visão política, duas coisas jamais entendidas como separadas, e conduzidas até os últimos dias de sua vida, o professor Ariovaldo entregou contribuições de grande atualidade para os estudos acerca da Amazônia e as questões ambientais − contribuições a interessarem, e de maneira urgente, hoje sabemos, não só ao Brasil, mas a todo o Planeta. Pesquisas e engajamento político que remontam aos tempos do grande ecologista e socialista Chico Mendes, de cujo universo intelectual e moral o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira foi partícipe e um grande estimulador. Neste momento de grande tristeza para a geografia brasileira, para os lutadores sociais e para os familiares do professor Ariovaldo, a quem a Coordenação do Programa de Geografia da UFSC deixa os mais profundos sentimentos, podemos dizer, como na bela canção Outro Quilombo, interpretada lindamente por Renato Braz, que nos deixou um geógrafo “da mesma veia guerreira do povo Palmar”. Prof. Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Presente!
Coordenação do Programa de Pós–graduação em Geografia da UFSC
Florianópolis, 4 de agosto de 2025




